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Sem grandes pretensões, o escriba de serviço quer partilhar opiniões, sentimentos e angústias num mundo em que as possibilidades são só duas: sim ou não. Fala-se de tudo, desde a religião, passando pelo sexo e pelo futebol, sem deixar a política de parte...

domingo, outubro 03, 2004

ESCOLARIDADE

Andam as televisões e jornais a anunciar os resultados dos exames nacionais do 12º ano, fazendo uma avaliação da qualidade escolar. Que os resultados eram péssimos, todos sabíamos, porque o sistema educacional português está em crise vai para muito tempo e é como que uma espiral sem retorno. E a colocação dos professores foi apenas mais uma gota de água no oceano de disparates que se cometem na educação.
É difícil exigir concentração e disponibilidade psicológica a alguém que se encontra a leccionar a quilómetros do seu habitat natural, sabendo que ao fim de um ano ou dois de habituação, poderá ser recambiado para outro local, onde terá de começar tudo. Mas já agora, pergunto eu: quantos destes professores actuais queriam mesmo seguir a docência?
Os nossos pais, apesar de muitos deles não terem passado da 4ª classe ou mesmo do antigo 5º ano, sabem muito mais de português ou matemática que os putos da actualidade, porque antigamente era-se professor por vocação e não apenas por necessidades de mercado, e isso hoje faz muita da diferença.
Ao longo do meu percurso escolar convivi com todo o género de professores, mas jamais me esquecerei da minha professora de português do ensino preparatório, a D. Mariazinha, uma senhora na casa dos setenta, que incutiu em mim o gosto pela escrita e pela leitura, porque ela personificava aquilo que o ensino deveria ser.
Hoje, os alunos têm a televisão, a internet, professores desmotivados e a prazo, por isso não podemos criar expectativas de mudanças drásticas nos resultados nacionais nos tempos mais próximos...

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