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Sem grandes pretensões, o escriba de serviço quer partilhar opiniões, sentimentos e angústias num mundo em que as possibilidades são só duas: sim ou não. Fala-se de tudo, desde a religião, passando pelo sexo e pelo futebol, sem deixar a política de parte...

domingo, outubro 10, 2004

A VIDA

Hoje de manhã fui ao cemitério colocar umas flores na campa da minha avó, como sempre faço quando venho ao Algarve. Tal como a maioria das pessoas, não aprecio especialmente um local onde milhares de lágrimas são derramadas diariamente, mas por incrível que pareça, sempre que ali vou, sinto uma inesperada sensação de paz de espírito.
Acredito que quando morremos, há algo de nós que se mantém vivo, vigilante e atento e, de alguma forma, o cemitério incute-me essa ideia. Sinto tristeza ao visitar pessoas das quais apenas tenho memória, mas saio sempre dali melhor comigo mesmo e feliz por existir.

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