Código Binário

Sem grandes pretensões, o escriba de serviço quer partilhar opiniões, sentimentos e angústias num mundo em que as possibilidades são só duas: sim ou não. Fala-se de tudo, desde a religião, passando pelo sexo e pelo futebol, sem deixar a política de parte...

quinta-feira, outubro 15, 2009

PASSEIOS COM MORFEU

Hoje fui passear no espaço dos meus sonhos. Por lá andei a noite inteira, perscrutando cada recanto da minha alma, na esperança de te encontrar. Folheei páginas de imagens gastas pelo tempo, passei as mãos ásperas em cada momento da minha vida passada, na ânsia de te ver, de sentir a tua presença, mas não te vi.
Não sei se ainda estás por cá, não sei se fazes parte dos meus sonhos, da minha realidade consumida, mas não desisti de te procurar. Acho que no dia que o fizer, estarei de uma vez por todas, a assumir as minhas fraquezas, e a acreditar que não posso dar mais do que aquilo que dou e que ainda serei capaz de dar.
Acredito que ainda por aqui andes, acredito que ainda faças parte da minha vida, acredito que o tempo se vai encarregar de mostrar o caminho, de dar um sinal, de fazer um aceno, e eu cá estarei, passeando nos meus sonhos, à espera de te dar a mão e sentir a tua...

quarta-feira, outubro 14, 2009

IN "RETRATO DE MÓNICA"

"...A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais..." by Sophia de Mello Breyner Andresen

THE PATH

If we don’t find the path to nowhere
How can we imagine the future?
I don’t know what to say
When I look around and find myself alone
The happiness is a myth
Is the unknown drifted away
Somewhere in the dark imagination
Is like a mirror craving darts
Along my body
Spelling angry words full of nothing
Just a simple thought, just a simple sign
We don’t love forever
We just think we can...

terça-feira, outubro 13, 2009

LONGE DA TERRA QUEIMADA

Sexta feira passada fui ver mais um excelente filme escrito pelo argumentista de 21 Gramas e Babel. "The Burning Plain", seu nome original, é mais uma prova que filmes teoricamente parados podem ser muito bons, desde que tenham o enredo necessário.
O filme é passado em dois momentos distintos, entre o México e EUA, vivendo a relação entre mãe e filha (Kim Basinger e Jennifer Lawrence/Charlize Theron, respectivamente), e como um conjunto de eventos levaram a um desenvolvimento da personalidade "perturbada" do personagem de Charlize Theron.
No fundo, fica a imagem das cicatrizes que "marcam" as suas/nossas vidas...

VISÃO

Hoje vi-te nos meus sonhos mais insensatos
Percorrendo a minha alma luzidia
Por momentos, perdi-me em pensamentos abstractos
Esquecendo-me do que em vão fugia

Encontrei-te onde menos esperava
No meu corpo inerte, numa eterna ferida
Mas que em sonhos te abraçava
Como um derradeiro sopro de vida

Já te disse que o teu olhar é lindo
Como o sol que se põe no horizonte
Como as gotas de chuva caindo
Como a cascata que corre do monte

Não encontro muito mais palavras para te descrever
O sonho aos poucos vai escapando no éter escuro
Mas ainda acredito que não irei morrer
Sem por fim, derrubar o muro

O REGRESSO

Ao fim de algum tempo sem escrever (ainda parece que foi ontem, mas já lá vão 4 anos) neste meu cantinho, acho que chegou a altura de voltar a debitar algumas parvoíces que vão saindo desta cabeça, tão louca quanto oca.
Como disse no início desta odisseia do Código Binário, sempre gostei de escrever, e apesar da paragem, nunca me esqueci dos meus gostos e dos meus interesses...
Veremos por quanto tempo continuo a ter "paciência" para me ler...

terça-feira, junho 14, 2005

ATÉ SEMPRE EUGÉNIO

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.


Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.

E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus

(Eugénio de Andrade - Adeus)

sábado, março 26, 2005

TEMPO

Hoje sou o tempo...o tempo do tempo que não deu tempo para te conhecer! Hoje sou o tempo! para me dar tempo, de ter tempo, para te amar...para te ter...para te sentir! Hoje sou o tempo...hoje sou o mundo perdido...para me encontrar...para te achar ... hoje sou o mundo, nos desejos infinitos, perdidos na distância..HOJE SOU O TEMPO!!!"

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Did I ?

Did I say that missing you is forever?
Did I say that words cannot express what you mean to me everyday?
Did I say that life doesn’t deserve to be lived together?
Did I say that feeling lonely is just a non provoking way?

Run to my world without fear of being wrong
Don’t even try to understand your heart breathing
Sacrifice your foolish thoughts whispering strong
Sky is blue, and you’ll find happiness again

terça-feira, fevereiro 08, 2005

CLOSER

Fui ao cinema ver "Perto Demais" (uma tradução infeliz). Já há algum tempo que ansiava por me sentir capaz de assistir a este filme. Após a coragem ganha, direi que valeu a pena, porque Closer é simplesmente fabuloso. Quatro personagens, uma história do amor e dos seus contornos. Durante uma hora e meia mergulhei na peça de teatro que o escrã desfiava, no espaço ocupado por dois "casais", as suas amarguras, diferenças, fraquezas e crueldades, porque o amor é e será sempre cruel.
Closer faz pensar na nossa pequenez, nos infinitos caminhos que cada um de nós percorre em busca da perfeição amorosa, enredados nas teias dos erros, dos medos, das nossas próprias falhas. Transmite a nossa total incapacidade de sermos sempre correctos, ou de vivermos um conto de fadas que só em sonhos existe. Closer vive das expressões dos seus intervenientes, do close-up, procurando captar momentos que marquem os sentimentos vividos.
Clive Owen e Natalie Portman são excelentes, especialmente o primeiro, que transmite uma magnífica crueldade ao seu personagem. Julia Roberts e Jude Law estão iguais a si mesmos, sendo que Julia consegue, através do seu rosto, encher o ecrã.
Uma palavra mais para a sequência inicial do filme, acompanhada de uma música lindíssima de Damien Rice, que é a pedra de toque para o que a seguir se desenrola.
A não perder...

CARNAVAL

Hoje aproveitei o período festivo e mascarei-me. Mal acordei de manhã, olhei o meu eu no espelho e pintei-me com novas cores. Por um dia vesti a máscara de um homem feliz, alegre, contente com a vida, dono de um sonho que alguém preencheu. Aliás, hoje estive com o meu amor, e mascarei-a também. Estava linda e perfumada e não parava de trocar comigo palavras doces e carícias ternas.
Porque hoje é Carnaval, mascarei-me...

terça-feira, janeiro 25, 2005

UMA VERDADE

Não se ama alguém que não ouve a mesma canção...

segunda-feira, janeiro 24, 2005

TU

Tu acendes a chama do teu olhar
No mesmo segundo que te vejo passar
Como uma seta apontada ao desconhecido
Como um sopro de paz voando baixinho
Tu dizes, sentes, calas o mundo que te rodeia
Fazes as paredes ruir, as pedras chorar
O tempo correr lento num longo murmúrio
Que perdura na eternidade do sorriso
Tu estás sempre aqui
Sempre tão viva, tão real
Como o firmamento pleno de estrelas longínquas
Como o ar puro que o nada teima em crucificar
Tu és única, original
Um risco de uma tela cheia de linhas inacabadas
Chorando palavras que o tempo não apaga
Chovendo em mim um todo um imaginário sem fim

quinta-feira, janeiro 20, 2005

PENSAMENTO DO DIA

"A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca a poderás ter".

terça-feira, janeiro 18, 2005

DESPEDIDA DESILUDIDA

Sol, lua, terra, mar
Fogo, voz, odor, cheiro
Amar, querer, chegar
Fumo que sai do cinzeiro

Não digas mais nada
Não quero saber o que dizes agora
Estou perdido na emboscada
Do barco que se vai embora

Leva com ele toda a verdade
Num baú cheio de recordações
Deixando somente a saudade
Com milhares de desilusões

Leva tudo o que me fez perder o sentido
O que é a vida sem recheio?
É um caminho longo e descolorido
Quero chegar ao fim sem viver o meio

O meu coração bate, mas para quê bater?
Não quero ver o que vejo
Cega o dia que aí vem a nascer
Faz luz do meu desejo

Quero esquecer que existi num mundo
Onde já não quero estar
Pois o que tenho de mais profundo
Não tem onde poisar

Voa para a morte
Voa, dá asas para não sofrer
Procura uma melhor sorte.
No outro lado talvez vá ter

Desaparece, não deixes rasto
Enxuga as lágrimas de sal
Que molham o leito seco e gasto
Já não quero ser um simples mortal

Quero ouvir o vento sussurrar
Aos meus ouvidos de mansinho
O que tu amas não vai chegar
Procura outro caminho

O céu vai chorar, talvez
Tudo o que queria descobrir
Só tu não o vês
Só tu não vais sentir

Minha falta num poema
Numa carta, numa nota
Num filme de cinema
Ou no silêncio à tua volta.

Fez-se silêncio. Será que já morri?
Será que já vejo o além?
Não. Ainda não consegui
Continuo a ser ninguém...

Mas já morri um dia
Morte igual nunca terei
Pois a tristeza que nasceu da alegria
Sei que dela jamais sairei

Preso estou numa masmorra
Sem chave para abrir
À espera que morra
Daqui quero fugir

Já estive perto da eterna felicidade
Vivi na ilusão de a possuir
Mentira, calúnia de tenra idade
Uma vida passada a fingir

Morro, vivo para morrer
Não era isto que eu queria
Então para quê viver?
Vou apressar a minha estadia

Desfaleço nos dias que correm
Esmoreço gasto às incidências da minha vida
Minhas forças já morrem
Nesta triste despedida

Adeus, mundo cruel
Estou de partida para não voltar
Mas a ti serei fiel
Até à minha alma se apagar.

Amar-te-ei até ao limite da minha força interior
Venerar-te-ei como veneram o Senhor
Que lá no céu
Abençoará este amor só teu

Não te esqueças destas palavras singelas
De alguém que sofre com punhais
Cravados em suas costelas
Adeus! Até sempre e nunca mais!

quarta-feira, janeiro 12, 2005

ODORES

Tenho saudades do teu cheiro. Recordo-me de quando entrava em tua casa, e a tua Primavera inebriava o meu corpo adormecido. Chamavas-me para o teu espaço, para os lençóis onde os meus dedos massajavam o teu cabelo e os meus sentidos percorriam os teus, caminhando pelos campos perfumados, expostos ao vento das carícias que te tocavam as pétalas. No teu quarto era chuva inundando a seara, e as tuas espigas cresciam num remoinho de emoções contidas ao sol que reluzia no teu olhar.
O teu cheiro caminha em mim e permanece intocável. O olfacto é dos sentidos mais apurados que tenho e isso devo-o a ti, que me aperfeiçoaste e me invadiste ao longo da vida em comum...

segunda-feira, janeiro 10, 2005

PRÓXIMO DESTINO: BURUNDI ?

Os nossos governantes andam animadíssimos, a gastar os últimos foguetes antes das eleições legislativas. O Primeiro-Ministro vai à Argélia, para ver como param as modas num país super desenvolvido, enquanto o Ministro da Presidência vai até São Tomé e Príncipe, aproveitar o bom tempo para aprender alguma coisa nova - falta saber se será à beira de água, acompanhado de um bom marisco. Ai, ai...

domingo, janeiro 09, 2005

VISÃO DOLOROSA

Hoje "vi-te". Já passava algum tempo que o meu olhar não se cruzava com o teu, e apenas te digo que percebo o quão importante és para mim. Curioso como os dias passam e tu não desapareces da minha vida. A taquicardia começa quando te sinto, apesar de não nos falarmos. Nem sei como estou a conseguir escrever estas linhas sem sequer verter uma lágrima; talvez seja por já ter derramado um mar de ilusões nos últimos tempos e de ter dito a mim mesmo que 2005 ia ser o ano para recomeçar a viver, sem esquecer o que passámos.
Mas pronto, tu ainda existes e o meu ser não se liberta desse fantasma que me assombra noite e dia sem descanso. Gostava de te poder falar ao coração, como o fiz tantas vezes sem medo de falhar ou de ser infeliz, mas sei que já não me ouves nem sequer me ligas.
Acaso ainda te lembras de mim? De nós e de tudo o que sonhámos construir em conjunto?
Penso, logo existo, por isso insisto em alcançar-te. Não sei se conseguirei, mas vou tentar. Também o que custa mais um esforço, depois de tantos anos a tentar? Aliás, eu tenho sempre esta terrível tendência para não desistir, apesar do meu coração teimar em dizer para parar...

sexta-feira, dezembro 31, 2004

ANO NOVO

Mais um ano que termina. Não tenho grandes recordações de 2004, que para mim foi tão aziago, mas ao mesmo tempo, tão pleno de novas perspectivas de vida e novas emoções.
Aprendi muito durante o período que lutei (e luto) por entender tudo o que se passou na minha vida e as razões pelas quais sofri imenso. No fundo, acho que esse sofrimento será sempre necessário para que cresçamos e entendamos qual o nosso papel neste mundo, e porque razão passamos por tantas provas ao longo do trajecto terreno.
Televi as imagens dos terríveis acontecimentos na longínqua Ásia e percebo que por vezes perdemos tempo demais a pensar nas coisas, quando devemos é aproveitar todos os momentos, que são únicos e irrepetíveis.

Para ti, que mesmo já longe de mim, transporto no coração, não me esquecerei nunca da forma como vivo (e vivi) os sentimentos que em mim habitam. Mas vou (re)aprender a gostar de mim...

A todos os que aqui vêm aportar e que me têm acompanhado nos últimos meses, desejo um FELIZ ANO NOVO com tudo o que mais desejarem, porque o sonho comanda a vida.