MOMENTO FINAL
Sentir o chão que desaba no nada
Viver o tempo sem pressa de chegar
Olhar o horizonte, subir a escada
E no final, não ter o que agarrar
Esperar horas, dias, anos, sem esmorecer
Aprisionado à luz que vagueia no ar
Repetir passos, frases e ideias sem perceber
E no final, não ter o que agarrar
Que sonho, que ilusão trazida no bornal
Que falha, que erupção sussurrando devagar
Qual maremoto surgindo sem sinal
Num lento e mórbido abraçar
(Kundun - Novembro 2004)